A
notícia de que o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) estaria propenso a
apoiar a reeleição do prefeito de Manaus, Amazonino Mendes (PDT), é o
fato mais novo das eleições municipais deste ano, o que levaria a
mudança do cenário eleitoral a quatro meses das convenções de junho.
A
possível união dos dois “caciques” teria o dedo do governador Omar Aziz
(PSD) que tem motivos de sobra para buscar a costura. A reunião do
antigo grupo político é um dos sonhos de consumo do atual governador,
que nunca rompeu seriamente com Amazonino Mendes.
Mas,
o principal interesse de Omar Aziz é se viabilizar para concorrer à
Prefeitura de Manaus em 2016, mesmo que ele venha a se candidatar e até
vencer a disputa pela única cadeira do Senado em 2014.
Com
a reeleição de Amazonino Mendes, Omar não teria empecilhos para chegar
ao Governo Municipal. Enquanto que outra candidatura do grupo, como a da
deputada Rebecca Garcia (PP-AM), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) ou até
mesmo do vice-governador José Melo, poderia atrapalhar os planos de Omar
em 2016, já que um desses nomes, sendo eleito, poderia pleitear a
reeleição e embaralhar a disputa pela prefeitura. Não é o desejo de
Eduardo Braga.
Pensando na eleição de
governador, em 2014, o senador demonstra desinteresse pela eleição
municipal, pois, se fosse para o embate e vencesse o pleito, teria pouco
mais de um ano para administrar os muitos e graves problemas da capital
amazonense. Braga quer mesmo um nome novo, uma liderança diferente
dentro do grupo político que possa dar continuidade ao seu ambicioso
projeto para o Estado pelos próximos 20 ou 30 anos. Mas, existe um
Amazonino Mendes no meio do caminho.
O
“velho cacique” tem suas armas. Sabe que está mal nas intenções de
voto; precisa de apoio político forte para ser reeleito e declara que
não vai disputar a eleição.
“É puro
jogo político”, dizem os analistas ouvidos por A CRÍTICA. O prefeito
ameaça desistir da candidatura, agora, mas promete disputar com Braga o
Governo de 2014, tanto que Amazonino tem “ajudado” e cooptado muitos
prefeitos e candidatos do interior nas eleições de 2012.
Eduardo
Braga tem dito a amigos próximos que não teme enfrentá-lo em qualquer
eleição. Mas, com Amazonino no caminho dele, em 2014, o passeio rumo ao
Governo do Estado não seria dos mais fáceis. Quem vem acompanhando as
tratativas, cujo interlocutor é Egberto Batista, não dá garantias de que
essa reaproximação entre Braga e Amazonino esteja concretizada, “mas,
em política, nada é impossível. Estamos a 120 dias das convenções”,
afirma fonte ouvida por A CRÍTICA.
Aliança une oposição, diz deputado
O
provável retorno da aliança Amazonino-Braga-Omar, nas eleições de 2012,
poderá forçar a união dos partidos e candidatos de oposição para
enfrentar esse forte grupo político. É o que defende o pré-candidato a
prefeito de Manaus, deputado Henrique Oliveira (PR-AM).
Ele
diz que há uma tendência de partidos como o PR, PSDB, PSB e PPS se
unirem e mostrarem na campanha que o eleitor, tanto no caso de Amazonino
Mendes quanto de Eduardo Braga, se forem candidatos, precisa avaliar o
vice.
Faz a advertência porque não
tem dúvidas de que se um dos dois vencer, vai ficar um ano e três meses
na Prefeitura porque ambos são pré-candidatos ao Governo do Estado em
2014. O deputado Francisco Praciano (PT-AM) diz não se admirar caso
Amazonino e Braga caminhem juntos na eleição. “Eles são da mesma escola;
chegam a bater boca, mas nunca se agridem pra valer”, diz o parlamentar
que é pré-candidato a prefeito.
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