Por: Acritica.com
De
acordo com a assessoria de imprensa de Arnaldo Mitouso, o pedido de
investigação vai ser feito nesta sexta-feira (23), às 10h, ao promotor
André Seffair, membro do Centro de Apoio Operacional de Inteligência,
Investigação e Combate ao Crime Organizado (CAO-CRIMO) do MPE-AM. Os
repasses feitos a Elton Barreto da conta corrente da Câmara Municipal de
Coari (nº 4000-2) foram realizados por meio de três transferências
eletrônicas (TED), cada uma no valor de R$ 200 mil, em 15 de dezembro de
2011.
Arnaldo Mitouso informou que
vai entregar ao MPE-AM cópias de extratos bancários como registros das
transferências. No dia 12 de dezembro de 2011, o desembargador do
Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), Aristóteles Thury, determinou,
por medida liminar (decisão rápida e provisória), que a Prefeitura de
Coari repassasse R$ 2.986.940,91 para a Câmara do Município.
O
processo foi movido pelo presidente da Câmara de Coari, Iran Medeiros
(DEM), e se referia ao valor duodécimo (repasse que toda prefeitura deve
fazer obrigatoriamente às câmaras, previsto pela Constituição Federal)
do ano de 2009. À época, Arnaldo Mitouso alegou que o valor representava
40% do orçamento mensal de Coari e que iria colocar em risco o
pagamento do funcionalismo público do mês de dezembro.
O
presidente da Câmara argumentou, na ocasião, que, em 2009, os valores
não foram repassados integralmente pela prefeitura. Ao comentar a
decisão da Justiça, Arnaldo Mitouso criticou a conduta de Aristóteles
Thury, por ter determinado o repasse do valor antes mesmo de analisar o
mérito da questão.
De acordo com o
prefeito, entre 2010 e 2011, o desembargador determinou o débito - tudo
por meio de liminares - de um montante de R$ 7,3 milhões dos cofres da
prefeitura para a Câmara Municipal. Naquela ocasião, Arnaldo Mitouso
disse que iria à Corregedoria do Tribunal de Justiça do Amazonas e ao
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para questionar os atos do
desembargador Aristóteles Thury.
Advogado é ex-funcionário
O
advogado Elton Barreto é filho do ex-secretário de administração de
Coari e hoje desafeto político de Mitouso, Evandro Moraes. Barreto foi
funcionário da Câmara de Coari. Ele disse ter se afastado do cargo de
assessor legislativo em outubro de 2011, um mês antes de ser contratado
por Medeiros como advogado.
Confisco
por meio de liminar Arnaldo Mitouso citou que os confiscos de recursos
da Prefeitura de Coari em favor da Câmara de vereadores ocorreram por
decisões liminares (rápidas e transitórias).
O
prefeito disse temer que o Parlamento Municipal não tenha mais
condições de devolver o dinheiro, caso, no futuro, a Justiça mude as
decisões. “Isso inclusive foi motivo de recusa da juíza de Coari, Sheila
Jordana, para não conceder sequestro de recursos da Prefeitura por meio
de liminares. Por isso, queremos que o Ministério Público investigue o
que está sendo feito do dinheiro que deveria estar sendo investido em
Coari e que, na verdade, está indo parar em contas pessoais”, declarou
Mitouso.
Advogado explica depósito
O
advogado Elton Barreto informou, ontem, que foi contratado pelo
vereador Iran Medeiros para defender a Câmara de Coari na ação de
cobrança do duodécimo de 2009. E o dinheiro na conta dele corresponde ao
pagamento por ter vencido a disputa judicial. De acordo com o advogado,
o valor total da ação foi de R$ 2.986.940,91.
“Quanto
é 20% que o advogado tem direito? São R$ 600 mil cravado”, declarou
Barreto. Irritado com as suspeitas levantadas por Arnaldo Mitouso, Elton
Barreto disparou críticas à família e à administração do prefeito. “Em
vez de o prefeito ficar se preocupando com esse tipo de denúncia,
deveria pagar os funcionários que estão sem receber. Deveria coibir a
violência em Coari, começando pelo filho dele”, declarou Barreto.
Arnaldo
Mitouso Júnior, filho do prefeito de Coari, foi apontado, na
quarta-feira, como o autor do tiro contra o ex-secretário municipal de
Coari Francisco Pachola de Lima, acusado de tramar o atentado ao
prefeito, em agosto de 2011.
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