Israel: avanços importantes em segurança pública
Por: Lélio Lauria
A cultura empreendedora marcante daquele país explica, de certa forma, o fato de que, com a ameaça constante de ataques terroristas, tenha desenvolvido programas eficientes de enfrentamento à criminalidade, sem falar que, diante da necessidade de autodefesa, o país foi forçado a aperfeiçoar suas forças policiais. Não sem motivo, é, hoje, a quarta força aérea mais importante do mundo, superado apenas por Estados Unidos, Rússia e China.
Por: Lélio Lauria
A cultura empreendedora marcante daquele país explica, de certa forma, o fato de que, com a ameaça constante de ataques terroristas, tenha desenvolvido programas eficientes de enfrentamento à criminalidade, sem falar que, diante da necessidade de autodefesa, o país foi forçado a aperfeiçoar suas forças policiais. Não sem motivo, é, hoje, a quarta força aérea mais importante do mundo, superado apenas por Estados Unidos, Rússia e China.
Não
obstante a inegável vocação desenvolvimentista é importante lembrar que
Israel não se transformou em potência mundial na área de segurança
pública da noite para o dia. Em primeiro lugar, um dos segredos foi
combinar o uso da tecnologia de ponta com uma visão estratégica da
Segurança Pública do país, ajustada ao avanço tecnológico mundial.
Exemplo ilustrador dessa concepção estratégica foi a decisão do governo
de criar um Sistema Integrado de Inteligência, coordenado diretamente
pelo Primeiro Ministro, implantado depois de o país sofrer mais de 150
ataques terroristas entre os anos de 2000 e 2004. Outro fator
determinante para o bem sucedido modelo de segurança pública é o
controle rigoroso das empresas de segurança privada que, para
funcionarem, devem seguir, obrigatoriamente, padrões delineados pelo
Governo de Israel.
Os
avanços podem ser constatados, também, na área de recursos humanos.
Como não pode evitar os desvios de conduta dos policiais, o Governo
transferiu a competência pela apuração das infrações disciplinares para o
Ministério da Justiça, o qual a desempenha por meio de órgãos próprios e
independentes, afastando seu controle das mãos do Ministério da
Segurança, antes por ele responsável.
Outro
aspecto a ser destacado, e que está intimamente relacionado à Segurança
Pública, é o Sistema Judicial de Israel, dividido em três graus. No
primeiro, estão os juízes, como a justiça de primeira instância no
Brasil. No segundo, estão os Tribunais, funcionando como Tribunais de
Apelação. No terceiro, está a Suprema Corte, com sede em Jerusalém,
funcionando como Corte Constitucional daquele país.
Em
termos práticos, pode-se dizer que, como no sistema de Justiça Criminal
de outros países, em Israel as imagens das câmeras instaladas nas ruas
das cidades, especialmente na capital, servem de prova para condenação
em um processo judicial.
Mas,
um dos aspectos mais importantes para o sucesso da política de
segurança pública israelense é a interação permanente com a população,
com conscientização, informação, treinamento, educação e participação da
sociedade nos planos de segurança.
Outro
fator importante é o treinamento desde cedo da população em geral, de
todas as classes sociais. Para isso, investem no “envolvimento
comunitário”, usando a mídia para orientar a população sobre ameaças de
terroristas e para o correto combate de atos ilícitos denunciados às
autoridades. Não sem motivo, Israel é considerado um dos países que mais
avançaram no mundo em planejamento estratégico na área de segurança, e
conseguiu, depois de muitos anos, separar das Forças Armadas os órgãos
que compõem o sistema de segurança pública, aproximando-os e
integrando-os às comunidades.
Fator
essencial para o seu funcionamento, a polícia israelense trabalha com
um grupo de voluntários que já atuaram nas Forças Armadas, trabalhando
quatro horas por semana, sem receber salários, sendo feito um seguro, no
caso de acidentes.
O
sistema policial é estruturado em sete regiões, cada uma com três
sub-regiões, com quatro delegacias. A estrutura de segurança tem a
carreira de policiais com cinco graus hierárquicos, e a de oficiais do
exército, com seis graus hierárquicos.
Aspecto
interessante do sistema de segurança pública israelense é o fato de que
é atribuição exclusiva da polícia a prisão de cidadãos dentro do
território nacional. Isso pode significar, inclusive, que um policial
possa prender um integrante das forças armadas, em caso de crime comum,
mas a recíproca não é verdadeira. Essa exclusividade se estende, também,
quanto à responsabilidade pela administração do trânsito, por todo o
sistema de investigação de infrações e pela manutenção da ordem pública e
o controle dos distúrbios, isso tudo com um efetivo de apenas vinte e
oito mil policiais, força utilizada mais na área de inteligência e
presença em locais específicos escolhidos dentro de um planejamento
estratégico eficiente.
Estão
vinculados ao Ministério da Segurança Pública a Polícia Nacional, o
Departamento Prisional, os Bombeiros e o Departamento de Álcool e
Drogas. Há permanente troca de informações e parcerias com os órgãos de
segurança do mundo todo. Agências na área de Inteligência têm como
objetivo principal a manutenção da ordem e o cumprimento da lei. São,
basicamente, quatro agências, destacando-se o Mossad, a Agência
de Segurança Nacional, a inteligência do exército e a inteligência da
polícia, e o que os diferencia é a atuação em nível nacional ou
regional.
Dois
Departamentos se sobressaem na polícia de Israel: o de Operações e o de
Informações e Investigações. Como particularidade do sistema de
segurança, o transporte público está equipado com detectores de metais
nas portas e câmeras de monitoramento internas. Atualmente, todas as
polícias trabalham em conjunto, sob um só comando, evitando decisões
diferentes e conflitantes sobre um mesmo fato. Isso tem sido importante
nas ações antiterroristas. Há, também, tolerância zero com pequenas
infrações. A preocupação maior da polícia é combater o grande traficante
e, para isso, as Forças Armadas atuam ostensivamente nos pontos de
entrada e saída do país.
Chama
a atenção, também, na segurança pública de Israel o programa de
prevenção à violência que funciona com a participação dos municípios, o City Without Violence ou Cidade Sem Violência. Implantado, inicialmente, na cidade de Eliat,
foi estendido para outras doze cidades, em 2006. Atualmente, funciona
em mais de oitenta cidades de Israel, com incentivo ao trabalho
voluntário, prestado em quatro horas semanais de trabalho, sem salário.
Recebem arma e fardamento e são recrutados de forma criteriosa,
preferencialmente os que prestaram serviço militar. O programa tem como
objetivos principais a crença nos valores, a tolerância religiosa, o
respeito ao ser humano, o cumprimento da lei, o bem estar social, o
lazer e a educação.
Podemos
dizer que, em Israel, a municipalização da segurança pública é uma
realidade, com integração entre os órgãos policiais e municipais e o
Prefeito atuando como líder maior do Programa “Cidade Sem Violência”,
fator importante para o sucesso do Programa e enfrentamento da
criminalidade.
Outra
característica importante do Programa é a sua administração por um
Comitê Interministerial, cuja coordenação é feita pelo Ministério da
Segurança Pública, em nível federal, e por um Comitê Conjunto, em nível
local, com participação de todos os órgãos da Prefeitura. A avaliação
das ações e o acompanhamento dos indicadores de violência são realizados
toda semana, impreterivelmente. Faz parte do objetivo precípuo do
Programa, estabelecer um grau de conscientização da população local,
incentivando a prática da tolerância, o respeito à dignidade e aos
direitos humanos, procurando incutir na comunidade o sentimento de que a
força, para ser usada de forma legítima, deverá vir precedida de outras
medidas que valorizem o diálogo.
A
busca da eficiência nas políticas de prevenção da violência é outra
característica essencial do Programa “Cidade Sem Violência”, por meio da
atuação integrada dos órgãos oficiais, muito bem capacitados para
desempenho de suas funções e competências. Dessa forma, cabe ao sistema
policial o combate a todo tipo de violação da lei. Já a Rede de
Assistência Social é competente para tratar dos casos de violência
doméstica e a Rede Escolar a apuração dos casos, por exemplo, de bullyng, eventualmente praticados nas escolas de Israel.
Integrante
do Sistema de Segurança Pública, o Sistema Penitenciário de Israel tem
particularidades próprias. A população carcerária de Israel é de mais de
vinte e dois mil presos, com cerca de oito mil homens compondo o quadro
de servidores penitenciários. Dos vinte e dois mil presos, cerca de
apenas setenta são considerados perigosos. Do total da população
carcerária dezessete mil são considerados presos comuns e cinco mil
praticaram crimes contra a segurança nacional. A ideia é não endeusar os
presos, com critérios específicos de classificação da periculosidade,
como: ser o preso líder de organização criminosa, o crime ser grave e o
fato constituir ameaça pública.
As
estatísticas mostram que, em 2003, havia cerca de oito mil presos no
sistema prisional israelense, custodiados por cerca de três mil agentes
prisionais. Esse número saltou, agora, para vinte e dois mil presos,
custodiados por mais de oito mil agentes penitenciários. O orçamento do
sistema prisional é cerca de 2,6 bilhões de shekels, a moeda corrente em
Israel.
Até
2003, havia divisão entre polícia e exército no sistema prisional. A
regra era: presos comuns com a polícia e os terroristas com o exército.
Depois da fuga de um preso da polícia, houve a unificação do sistema
penitenciário, que é vinculado ao Ministério da Segurança Pública, e não
ao da Justiça.
O sistema prisional de Israel evoluiu bastante nos últimos anos. O Hasharon Prision
é considerado um dos principais presídios do país, abrigando mais de
mil e duzentos presos, com arquitetura moderna e sofisticado aparato
tecnológico, com sala de comando e controle com mais de seiscentas
câmeras em todas as portas e diversos sensores, tudo guardado por
modernas cercas com sensores de presença.
Diferente
do que ocorria em passado recente, o sistema prisional está unificado,
vinculado ao Ministério da Segurança Publica e conta com trinta e três
unidades prisionais. É importante lembrar que, até o ano de 2003, havia
uma divisão na custódia dos presos israelenses: os provisórios eram da
responsabilidade da polícia e os presos por prática de crimes contra o
Estado ficavam sob a responsabilidade do exército, ou seja, integravam o
sistema prisional somente os presos classificados como comuns.
Na
verdade, a mudança aconteceu depois de eventos considerados graves,
tais como rebeliões, violação de direitos humanos, fugas, corrupção de
agentes e tortura de presos.
Cumprindo acordo acertado com os islamitas palestinos do Hamas,
com a mediação do Egito, Israel libertou, em 18 de outubro de 2011, um
primeiro grupo de 477 presos palestinos, no mesmo dia da libertação de
Gilad Shalit, sequestrado e mantido preso durante mais de cinco anos
pelo Hamas, na Faixa de Gaza. Metade dos prisioneiros cumpria
pena de quatro anos ou menos. Um terço deles havia sido punido com
sentença de menos de dois anos, em geral, por atos como atirar pedras e
coquetéis molotov ou por possuir armas. Um grupo de cerca de
10% da segunda leva de prisioneiros cumpria sentenças de mais de dez
anos por terem cometido atentados a bomba. Entre os presos libertados,
há três jovens de 14 anos. Muitos dos que foram colocados em liberdade
estavam a poucos meses de ficarem livres.
Para
a realização de missões importantes e diferenciadas, o sistema
penitenciário israelense conta com unidades especiais, como a Unidade Nachshon,
responsável pelo acompanhamento de toda a movimentação dos presos fora
do presídio, além da proteção de agentes ameaçados. Já a Unidade Massada
foi criada depois de uma rebelião comandada por presos que estavam sob a
responsabilidade do exército. É responsável pela guarda de presos nos
casos de guerra declarada, além da manutenção da ordem em grandes
eventos e resgate de reféns dentro das prisões.
Enfim,
Israel evoluiu na questão da Segurança Pública por vários fatores,
sendo que, os aspectos mais relevantes dessa evolução foram o senso de
organização e disciplina e a extraordinária capacidade de percepção da
necessidade de tratar de forma igualitária a Segurança Pública e o
Sistema Penitenciário, com investimentos equitativos nos dois setores,
considerados faces da mesma moeda.
Eis o Estado Brasileiro
Por: Gerson Severo Dantas
O Estado brasileiro é um glutão. Come, conforme especialistas no
assunto, cinco meses de salários dos trabalhadores e oferece muito
pouco na forma de serviços, principalmente nas áreas estratégicas:
Saúde, Educação e Segurança Pública.
Pois é
no meio dessa constatação que vem dona Mônica Mello, presidente
plenipotenciária há nove anos do Departamento Estadual de Trânsito e
resolve deixar para os pobres motoristas a missão de chegar a um
consenso na hora em que se envolverem num acidente de trânsito. Agora,
o Detran só entra nessa bola dividida se houver vítimas no acidente.
Vejam
então como ficará essa história: Um motorista tresloucado, bêbado, por
exemplo, bate o vosso carro e você, atado ao cinto de segurança e
protegido pelo Air Bag, sai ileso da batida assim como, já que todo
bêbado dispõem da proteção divina.
Ato
contínuo você e o condutor irresponsável terão de se entender ou buscar
testemunhas que se dispunham a depor a favor de um ou de outro num
processo que deverá se instruído e levar alguns meses para chegar a bom
termo. Nesse ínterim, você nem o bêbado em questão poderão mexer no
carro, que ficará enferrujando na garagem até que venha uma decisão
final.
Não me parece que esse seja um bom
caminho, um caminho adequado e justo para com a vítima, você. Essa era a
hora em que o Estado poderia contribuir para arrefecer os ânimos e
dirimir quem tem ou não razão e aplicar ao culpado as devidas
penalidades e multas.
O Estado, contudo,
representado por dona Mônica, agora abstém-se de participar dessa
querela, mas ao final e ao cabo do ano vai cobrar IPVA, taxas de
licenciamento, taxas de serviços e outras cositas más.
Resumindo:
É muita falta de vergonha das nossas autoridades propor um negócio
desse e de capacidade de indignação do povo, que vai aceitar a medida
sem contestar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário